A igreja com a qual temos nos acostumado a viver em nossos dias é uma comunidade de massa. É tanta gente que não temos a oportunidade de nos conhecermos, por isso, algumas pessoas entram e saem da igreja como se tivessem ido ao supermercado, sem ter contato com ninguém.
Uma reportagem de junho de 2009 da revista Época traz uma pesquisa feita por um instituto alemão, que 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos se dizem religiosos e 65% afirmam ser “profundamente religiosos”. O Brasil é o 3º país mais religioso do mundo, perdendo apenas para Nigéria e Guatemala.
Com esse crescimento grandioso da busca pela espiritualidade, seria esperado que ocorressem algumas mudanças na sociedade, por exemplo:
• “Na área da educação a escolaridade deveria ser mais valorizada para que todos pudessem ler a bíblia;
• Família seria para construirem laços mais fortes e com princípios, o que iria diminuir lares desfeitos;
• O consumo de álcool e drogas diminuiria, pois religiosos não usam desses males;
• A violência desapareceria, “pois haveria procura da paz”;
Isso é o que deveria ocorrer, mas o grande problema é que dessas pesquisas o que temos são apenas multidões: Alguns dados da ONU nos mostram o seguinte:
“Nos últimos 20 anos o número de assassinatos no Brasil aumentou
237 %, indicando que 40.000 pessoas perdem suas vidas anualmente;
O divórcio no Brasil aumentou 200 % o que seria 179.342 por ano;
A droga aumentou o consumo de 0,7% o que representa 860 mil pessoas.
Isso tudo nos mostra que infelizmente o que temos no Brasil em sua grande maioria é uma religiosidade somente de multidões. Essa espiritualidade traz alguns perigos:
Pessoas buscam apenas freqüentar lugares onde existe a manifestação de “poder”, onde alguém fala bonito. A espiritualidade de multidões afasta um compromisso de caráter e ética; as multidões são inconstantes; e multidões são apenas consumistas.
Jesus nos chama para uma espiritualidade de discípulos em meio às multidões. Eis a grande diferença entre a multidão e o discípulo na vida cristã: a multidão é aquela que apenas ouve a instrução, a doutrina, participa dos cultos, etc., porém, não as põem em prática, como disse o apóstolo Tiago: "Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes..." Tg 1.22. O próprio Senhor Jesus comparou estes, àquele que edificou sua casa na areia (Mt 7.26). O discípulo além de participar das reuniões, segue as instruções e doutrinas na prática. Como disse o apóstolo Paulo a Timóteo: "Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino..." 2 Tm 3.10. O discípulo é aquele que coloca em prática o que aprendeu como Elizeu, que deixou tudo e disse a Elias: seguirei-te e realmente o fez (1 Rs 19.20); e em cada circunstância dizia: tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei. 2 Rs 2.2,4,6. O discípulo passa a desenvolver características que são próprias do seu mestre; passa a segui-lo, a parecer-se com ele e imitá-lo.
A multidão gosta de manifestações miraculosas, de experiências sobrenaturais, mas não tem princípios em suas vidas; o discípulo tem compromisso de parecer com seu mestre. A pergunta que fica é se você procura Cristo só no meio das multidões ou se você é um discípulo que está cada vez mais parecido com seu mestre? Lembre-se Cristo nos chama para sermos discípulos em meio às multidões!!
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