quinta-feira, 19 de junho de 2008

Uma busca continua...


Como é árdua e injusta a missão de um poeta
Das suas dores e crises gera poesias que para outros são lindas palavras
È duro saber que a solidão é sua parceira direta
Ele enxerga o que os outros não enxergam
Pois ele sabe que nós homens não somos o que queremos ser
Somos o que queremos ser em nossas mentes
Pois na realidade não o somos
Somos seres inacabados
Onde a vida é apenas está estrada que percorremos
Corremos como quem corre atrás do vento
Pois na nossa vida terrena, sempre dentro de nós vamos estar incompletos
Se tiver atitudes do que desejo ser, é porque estou no caminho certo
Mas sei que quando eu achar que cheguei ao topo
Vou olhar pra cima é ver que apenas andei alguns metros
Essa é a sina do homem
A tentativa de pegar a águas em suas mãos reflete bem isso
Quando acho que a dominei, e que a tenho toda em minhas mãos
Logo percebo que ela me fugiu pelos dedos e que tenho que começar tudo de novo
É como se duas forças me puxassem
Uma me puxa pra realidade de que eu quero ser
Outra me puxa pra realidade de que eu não consigo ser o que quero
Elas vivem dentro de cada um de nós
O que sou hoje importa mais do que já fui
E o que desejo ser, importa mais do que estou sendo

terça-feira, 10 de junho de 2008

Frutos verdes, ou sementes entre espinhos?


Semana retrasada tivemos a tão famosa “Marcha pra Jesus”. Assistindo a uma reportagem feita na própria marcha por uma emissora de TV secular me surpreendi com a imaturidade de alguns participantes que se atreveram a dar entrevista.
Sem que a equipe de reportagem perguntasse qualquer coisa um garoto de aproximadamente 17 anos gritou: “Deus queime os homossexuais”. Eu como um cristão me envergonhei daquele rapaz. Engraçado que em varias reportagens feitas na semana anterior na passeata do movimento gay eu não o vi evangelizando e falando do amor de Deus pra nenhum deles. Eu o vi sim na “marcha pra Jesus” como um guerreiro lutando contra o resto do mundo. É, na verdade acho que esquecemos que ser cristão não é lutar contra carne ou sangue, não é ir contra os homens, mas é ir em direção a eles mostrar um Deus que os ama. Não sou a favor do homossexualismo, mas acho que a igreja ainda não está pronta pra trabalhar com esse tipo de pessoa e por isso apenas grita pra espantar seus medos.
Jesus não atirou pedras na prostituta, não chegou dizendo:_ Queime-a Deus! Mas chegou mostrando que Deus a ama, e que ele quer mudança em nossas vidas.
Não sei o que está acontecendo. Realmente a igreja brasileira tem vivido um tempo de colheita como diz Ariovaldo Ramos. Mas me pergunto serão esses frutos verdes, ou sementes entre espinhos crescerão um pouquinho e logo vão morrer sufocadas?
A imaturidade dos cristãos é gigante, enquanto são pequenas as atitudes em favor de mostrar o amor de Deus. Temo que muitos estão se tornando fariseus em pleno século XXI, de maneira absurda usam estratégias de guerra para falar de Deus, usam de uma pedagogia bancaria para ensinar as verdades muitas vezes por eles próprios formulada, usam de marketing pra promoverem a entrega de bênçãos por parte de Deus. Realmente precisamos de um avivamento em nosso país, precisamos de algo que seja genuíno, pelo menos alguma coisa que seja verdadeira, alguma coisa que venha demonstrar amor por parte de Deus a um povo que é feito de bobo desde a colonização.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Educação óbvia


Escolhi a sombra desta árvore para
repousar do muito que farei,
enquanto esperarei por ti.
quem espera na pura espera
vive um tempo de espera vã.
Por isto, enquanto te espero
Trabalharei os campos e
Conversarei com os homens
Suarei meu corpo, que o sol queimará;
minhas mãos ficarão calejadas;
meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;
meus ouvidos ouvirás mais;
meus olhos verás o que antes não viam,
enquanto esperarei por ti.
Não te esperarei na pura espera
porque o meu tempo de espera é um
tempo de que fazer.
desconfiarei daqueles que visão ouvir-me:
em voz baixa e precavidos:
É preciso agir
É preciso falar
É preciso andar
É preciso esperar, na forma em que esperas,
porque esses recusam a alegria de tua chegada.
desconfiarei também daqueles que visão dizer-me,
com palavras fáceis, que já chegaste,
porque esses, ao anunciar-te ingenuamente,
antes te denunciam.
Estarei preparando a tua chegada
como o jardineiro prepara o jardim
para a rosa que se abrira na primavera.
Paulo Freire (Genéve - março 1971)